SOBERANIA DE DEUS NA SUA LEI

A SOBERANIA DE DEUS
REVELADA NA LEI
Rev. João Ricardo Ferreira de França

Texto em Português: “ Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu
Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.(Êxodo 20.1-2).
Texto Hebraico:


s ` rmoale hL,aeh(; ~yrb;)D.h;-lK);: tae ~yhiOla/ rBed;y.w;   a

TyBemi ~yir;c.mi #r,a,me ^yTacewOh( rv,a;> ^y=hOl,

a/ hw);:hy. YkinOa();: 2
`~y)=dib);;:,[;.

Introdução:
A Lei de Deus tem sido totalmente rejeitada em nossa sociedade atual, e o triste
disso tudo é o fato de que tem sido rejeitada pela igreja atual também. A  Influência dispensacionalista em nossos dias é muito grande. Muitos presbiterianos dizem que não são dispensacionalistas, mas todas as vezes que negligenciamos os mandamentos de Deus, por menor que nos pareça, ou mesmo, diminuímos o valor de qualquer destes mandamentos da Lei de Deus, já nos tornamos dispensacionalistas pticos.
Uma   forma    notória    de   dispensacionalismo    é   contemplada    quando   lemos comentários  bíblicos  sobre  os  Dez  Mandamentos  e  não  encontramos  uma  abordagem detalhada do prefácio ao Decálogo.
É aqui no prefácio à Lei de Deus que temos uma profunda visão da divindade que servimos; é precisamente aqui onde aprendemos mais sobre Deus do que imaginamos, pois, neste texto as verdade a respeito de Deus são colocadas de forma singular diante de nossos olhos, e assim, somos tomados por um senso de grande gratidão para com o Deus que a Bíblia de fato revela. A gratidão exercida em nossos corações não é por aquilo que Deus nos pode dar, mas pelo quê Ele é. Algumas verdades podem ser  extraídas deste texto exegeticamente, recebemos algumas informações fundamentais ao nosso cristianismo:


I – A ORIGEM E A SUFICIÊNCIA DA LEI DE DEUS.

Alguns  intérpretes  da  Bíblia  possuem  o  entendimento  que  a  Lei  deve  ser considerada como tendo a sua origem em Moisés. É verdade que a Lei pode ser considerada assim, mas não significa que é fruto dele, mas que ele registrou a vontade de Deus, e apenas neste sentido a lei pode ser atribuída a Moisés.

Por que falamos iss? É porque os que dizem ser  a lei fruto de  Moisés tendem a rejeita-la por  sustentarem um conceito dispensacional das Escrituras; o texto que temos diante de nos indica a origem da Lei: então, falou Deus...” no texto hebraico nós temos: ~yhiOla/ rBed;y.w; (Vaydaber Elohim). E a idéia transmitida é a seguinte: E verbalizou, proferiu, ditou como regra Deus....” O substantivo  ~yhiOla/ - Elohim indica que a Lei tem um autor que é o próprio DEUS.
Então, as dez Palavras do Sinai não sã frutos da criação legal de Moisés. Isso implica em algo fundamental ao cristianismo que tem sido a noção de que a Lei não é de origem humana, mas divina. Não é da terra, mas é celestial.O texto pressupõe o fato de que a Lei é revelacional, pois ela nasce em Deus.
Sendo uma revelação não é algo opcional. O homem não tem o direito de dizer qual mandament deve  guardar  ou  não.  Devemos  nos  lembrar  que  para  o  cristianismo tradicional  a revelação infavel é a essência do Teísmo. E o negar a revelão é o mesmo que negar a existência de Deus.

O segundo aspecto que devemos levar em consideração é que este prefácio do
Decálogo nos informa a suficiência da revelação de Deus ao homem.
O texto nos diz que Deus não falou algumas palavras, mas o texto nos informa que ele falou todas estas palavras. No texto temos a expressão ~yrb;)D.h;-lK);: tae( Eth kol haddevarim).
No texto hebraico a palavra  lK);: aponta par a idéia de completude, este termo está no construto  que  indica uma  relação  de posse;  em  outras  palavras, todaas  palavras pentencem a Deus, e são suficientes. O termo ~yrb;)D.h(haddevarim) regras, palavras são suficientes para o homem viver no mundo, são suficientes para dar norte ao povo do pacto, eles não precisam ir em busca de novas revelações, de novas regras para viverem a vida, eles não precisam de novas revelões para saber qual é a vontade de Deus para as suas relões com o divino e com o seu semelhante, pois, a Lei sumariza e revela tudo isso de forma clara.
O êth tae é colocado no inicio da sentença para indicar a diretividade, pois, ele serve para indicar o objeto direto da sentença. Os homens precisam apenas encontrarem-se com Deus na Lei para conhecerem a vontade dEle para as suas vidas. A única regra de vida está sendo apresentada ao povo da aliança O Decálogo.
Isto implica no fato de que não devemos aumentar nenhum til ou iod à Lei pois ela é suficiente e pela  mesma razão não podemos diminuir nada da Lei. Ela é suficiente para cada um de nós.
A Lei não pode ser substituída pela subjetividade protica vazia do conteúdo da Lei de Deus; um profeta que profetizasse algo que se cumprisse, mas que introduzia erros no povo da aliança, não levando em consideração o Decálogo, tal profeta deveria ser morto


diante do povo da aliança este é o teste de Deuteromio 18, a pedra de Toque é Lei de
Deus.
Mas porque iss? Porque Deus falou tudo o que era suficiente para o seu povo e expressou isso em sua Lei. Diante disso o que podemos aprender nos Dez Mandamento?

II – A LEI REVELA UM DEUS PESSOAL
O teísmo apresenta um Deus pessoal. Assim também o faz o Cristianismo. No prefácio aos dez mandamentos aprendemos sobre a pessoalidade de Deus nas palavras Eu sou,  no  texto  hebraico  nós  temos  um  pronome  independente  na  primeira  pessoa  do singular YkinOa();:”(Anoki), este pronome é sempre usado para descrever a existência pessoal de alguém , é usado aqui para enfatizar a pessoalidade o soberano da terra.
Indica que Deus não é uma força ativa, uma energia elétrica ou coisa do tipo, mas a designação pessoal diz que ele mantém um relacionamento com o seu povo. Devemos nos lembrar  que  os  pronome independentes  servem  como  substitutos  para  uma  um substantivo antecedente ou impcito. Deus está sendo o centro do texto logo ele deve ser visto como pessoa Deus não é uma grande energia. Aqui o  panteísmo é rejeitado e o teísmo bíblico é confirmado. Deus é pessoa no sentido mais pleno da palavra.
Outra verdade que podemos aprender aqui, é o fato de que não é apenas o teísmo que  tem  sido  confirmado  aqui,  mas  o  próprio  monoteísmo  que  é  o  fundamento  da verdadeira  religião.  S exist um   Deus  El deve  se pessoal,  pois,   os   homens inevitavelmente io buscar refúgio nEle. Os homens orarão a Ele na mais solene convicção que serão ouvidos em suas preces, e isto, pode ser possível se Deus for uma pessoa.

O texto que temos diante de nós informa que o Deus que é pessoal é chamado de SENHOR no texto hebraico temos hw);:hy (yahweh). Esse nome revela não o próprio nome de Deus, mas aponta para o nome pactual no qual Deus tem se revelado através da história da redenção. Deus não é isolacionista  ele chama o homem a ter uma relação pactual consigo mesmo.
Mas algo precisa ser dito sobre esse nome Yahweh não significa somente uma relação pactual,  mas indica também a existência eternidade desse Deus e aponta para a realidade de que Deus sempre existiu.
O nome  hw);:hy (yahweh) é derivado a raiz hyh no hebraico que pode significar uma existência intemporal conforme Êxodo 3.13-14. O texto claramente indica que Deus é eterno, mas indica que ele é suficiente como Deus que é. A expressão Eu sou o SENHOR aponta para o fato de que o SENHOR E O QUE ENTRA EM ALIANÇA COM O POVO.

III -  A LEI NOS MOSTRA O NOSSO OBJETO DE CULTO

O nosso texto nos informa que antes de consierarmos a lei precisamos entender que a pessoa que nos ordena estas dez palavras é digna de nosso culto e adoração. O texto diz: Eu sou o SENHOR teu  Deus...Chamo  a  atenção para  a  expressão Teu  Deus”  no hebraictemos     ^y=h,Ola/(elohika),    o         termo   é          um                   junção      de                            um substantivo ~yhiOla?”(Elohim) mais um sufixo^”(ka) que tem a função de indicar a posse, mas pode também apontar para a questão da autoridade. Aqui o termo  pode ser entendido como colocando Deus como o objeto de todas as nossas afeições, ou seja, todo o  sentimento religioso deve ser movido para ele somente ele é o teu Deus.
Deus é ensinado nos dez mandamentos como sendo o único digno de louvor e da adoração  aqui  se anula os ídolos e toda   forma de objeto de culto que não seja Deus somente. Aqui Deus é contemplado como sendo suficiente como objeto de culto e o centro de nossas afeições. O texto nos diz que  devemos ter confiança nEle somente, e sermos submissos a Ele somente. Não devemos olhar para outro  objeto de  culto, e por isso, devemos nos submeter à sua lei.


IV – A LEI NOS ENSINA QUE DEUS É SALVADOR DO SEU POVO:
O prefácio dos dez mandamentos nos mostra que o Deus que declara a  Lei  é Redentor”, penso que falar de Deus como sendo um resgatador é apropriado. Note como Moisés coloca-nos isso teu Deus, que te tirei da terra do Egito da casa da servidão.
A expressão hebraica    ^yTacewOh( rv,a;> (asher hotser’thika) que significa te tirei no originatem  o sentido de te  fazer sair, também pode ser  entendido como “colocar a mão para tirar”, Deus manifesta a sua redenção ao libertar o povo do estado de escravidão. Aqui somos informados que o autor  das dez palavras não é um tirano que impõe a Lei sobre um povo desconhecido, mas mostrar que é um Deus amoroso, liberatador de um povo indigno que não merecia a revelação desse Deus que se nos descortina  a Escritura.
Mas aqui não é somente um resgatador que se nos apresenta aos olhos, mas que Ele se envolve na história dos homens. Ele é o Senhor da história. A história é a manifestação dos atos redentivos de Deus. E o fato histórico narrado neste texto  é a libertação do povo hebreu do cativeiro egípcio.
Isto indica que Deus se envolve na criação, age  na história para salvar o seu povo. Os dez mandamentos são um resumo da verdade suprema de que Deus está no controle de tudo; da história do povo  da aliança como da vida religiosa e moral deste mesmo povo. Deus governa as nossas vidas, o nosso culto até nosso comportamento na sociedade. Aqui se desprende as seguintes verdades:

    A soberania de Deus na salvação:  Deus como salvador manifesta o seu braço redentor ao tirar o povo da casa da servidão. Aqui o prefácio nos diz que Deus a Lei ao povo  regenerado, ou seja, foraresgatados parreceberem a  Lei  de  Deus como norma de  vida.  Istindica  que os  dez mandamentos são dirigidos especificamente à Igreja.
    Que  Deus é Senhor  da  História: O deísmo é condenado aqui porque o prefácio nos diz que Deus age no mundo para libertar o seu povo que estava oprimido.
    Que Deus é suficiente em si mesmo: O prefácio dos dez mandamentos nos ensina que Deus é suficiente, pois, é o único que pode dar sentido à nossa existência (Atos 17.24,28).
    Que Deus é o único que pode ser adorado: Deus como se revela a nós pecadores deve  ser visto como nosso único objeto de culto. E precisamos desejar adora-lo como prescreveu em sua Lei. Lc.1.74-75.

Conclusão:
O prefácio aos dez mandamentos nos aponta para que cada sentença que é mencionada  em  cada  mandamento  está  centrada  em  Deus  e  não  no  homem.  Cada mandamento deve ser  obedecido  e  guardado porque  Deus  tem  o  direito de  criação  e redenção.
De criação porque como Deus único     e soberano que é , trouxe esse mundo à existência  por isso, cada pessoa individualmente, deveria submeter-se à sua lei eterna; de redenção porque sempre se revelou redentor do seu povo.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ROMANOS 9- UM ESTUDO DA SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO DOS PECADORES

FILEMON: VIRTUDES QUE ADORNAM A VIDA CRISTÃ

QUANDO O CRISTIANISMO NÃO FUNCIONA